Blogger acidental: Inês Miranda (entrevista)

Nome: Inês Miranda 

Profissão: Engenheira  

Data de nascimento: 1988 

Local de nascimento: Vila Praia de Âncora 

Local de residência: Vila Praia de Âncora 

Próximas viagens: Seja o que a Covid permitir… 

Blog: Sempre Entre Viagens 

1. O que significam as viagens para si?

Conhecimento, estímulo, desafio, aprendizagem.

2. Entre os destinos que já visitou, há algum que a tenha marcado de forma especial? Conte-nos.

Acho que consigo chegar a um top 3 de viagens: Índia; Terra Santa e Atacama/Uyuni.

A Índia foi a viagem mais desafiante que fiz, pelo nível de degradação humana a que se assiste. É assustador ser confrontado com aquela realidade; mexe com qualquer um, faz-nos, sem dúvida, perceber o quanto somos privilegiados.

A Terra Santa porque as fundações da sociedade ocidental estão ali. É a nossa história comum, a razão de quase tudo no mundo onde nascemos e crescemos. Não é necessário ser religioso ou especialmente amante de história para perceber a importância daquele pedaço de chão árido onde, à partida, parece não haver nada, mas que nos molda até hoje.

Quanto ao deserto do Atacama e ao salar de Uyuni, apesar de tão próximos, visitei-os em viagens e anos distintos. A maioria dos viajantes faz toda a viagem de um só fôlego e posso dizer que foi a paisagem natural que mais me cortou a respiração e não apenas pela altitude. 

Vista sobre Jerusalém.

3. O que mais a influencia na hora de escolher um destino de viagem?

Tenho uma bucket list quase infinita, a verdade é essa. Mas as prioridades vão oscilando com o momento. Muitas vezes não escolho o destino, apenas aproveito oportunidades que surgem.

Noutras alturas são viagens há muito pensadas – normalmente as viagens maiores que envolvem planeamento e muitos dias de férias. Mas um dos fatores fundamentais é o preço, principalmente para deslocações mais curtas e escapadelas de fim-de-semana: tenho dificuldade em resistir a um bilhete de avião barato

4. Já viveu fora de Portugal mais que seis meses? Se sim, onde e o que retirou dessa experiência?

O mais próximo que estive de “viver fora” foram uns 2 meses em Bratislava (Eslováquia), onde estive a desenvolver parte do meu trabalho de doutoramento. Apesar de tudo, consegui encarar a experiência como umas “férias maiores que o habitual”. O melhor da experiência foi a localização privilegiada no centro da Europa. Acho que não passei nenhum fim-de-semana “em casa”! 

Bolívia.

5. Explique o que é o seu blog de viagens e a razão da sua existência.

Nunca foi uma coisa muito pensada, começou como um blog pessoal, um bocado à imagem das redes sociais, onde ia escrevendo e partilhando os disparates que me vinham à cabeça com a família e amigos. Comecei-o no dia em que soube que tinha conseguido a bolsa de doutoramento e, durante muito tempo, falei de tudo por lá.

As viagens surgiram com naturalidade, já faziam parte da minha vida, começaram a estar cada vez mais presentes. Depois, surgiram os primeiros leitores “estranhos”, os pedidos de ajuda para organizar roteiros dos amigos e, de repente, esse era o foco do blog. Não vi isto acontecer. Ainda hoje tenho dificuldade em olhar “a sério” para isto: não é um site, uma magazine, é o meu blog pessoal de viagens. 

6. Como surgiu o nome do blog?

Inicialmente o termo “viagens” era bem mais vasto, como já expliquei. Referia-se a tudo o que se passa entre aventuras e diferentes jornadas, a vida mais trivial que decorre entre momento marcantes. Acabou por servir como uma luva quando o tema do blog afunilou.  

Namíbia.

7. Destaque um dos posts de que mais gosta no seu blog e explique porquê.

Um dos posts mais divertidos que escrevi foi 20 Hábitos, costumes ou loucuras | Guia de Introdução ao Japão.

O primeiro parágrafo reza assim: “Por mais tempo que possam eventualmente passar por lá, duvido que algum dia uma cabeça ocidental consiga ser reformatada e pensar como eles. E isso é estranho, impressionante e proporciona uma experiência única. Mas viajar é isso mesmo, certo?”

O Japão é mesmo uma loucura, fora da caixa, espreitem o artigo e perceberão porquê. Sem dúvida que é isso que me continua a fascinar nas viagens – a surpresa, a novidade, a diferença, o desconhecido. 

8. Alguma dica para quem pretende começar agora um blog de viagens?

Sinceramente, acho que quase nenhuma. Como já disse, o meu blog surgiu e até hoje tem pouco de planeado.

Uma das coisas que mais dificuldade tive foi mudar de “servidor”, já que comecei numa plataforma gratuita. Foi uma dor de cabeça para alguém avesso a informáticas como eu. Ainda hoje tenho os posts antigos todos desformatados, mas já deixei de perder o sono com isso. Se têm planos de fazer alguma coisa séria, comecem logo com domínio, servidores credíveis e assistência técnica decente.  

Numa das cidades históricas do Líbano.

9. Que papel desempenham os blogs junto de outras pessoas que gostam de viajar?

Eu percorro a blogosfera em busca de imagens inspiradoras de locais a visitar e dicas úteis sobre questões mais práticas – alojamento, transportes, preços, horários. Imagino que parte dos outros viajantes procurem o mesmo tipo de informações, e tento fornecê-las.  

10. Qual é o seu maior sonho por cumprir?  

Não sei se é a minha viagem número um da bucket list, mas é o maior desejo do momento, porque foi abalroado pela Covid-19 e ficou por cumprir. Este verão ia rumar, em família, até à Austrália e à Nova Zelândia. Espero poder retomar esses planos a curto/médio prazo.  

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Ruthia Portelinha
Ruthia Portelinha

Viajante, mãe babada, chocólatra, amante de livros e museus.
Autora do blog O Berço do Mundo.

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