O homem que sonha com a Antártida: Filipe Morato Gomes

O presidente da ABVP e autor do fascinante blog Alma de Viajante dispensa apresentações. Esta conversa, integrada no ciclo de entrevistas aos fundadores da associação, permite ainda assim conhecer alguns detalhes sobre o viajante, fã de vinho tinto e de açaí, que já deu duas voltas ao mundo.

Nome: Filipe Morato Gomes

Profissão: Blogger de viagens

Data de nascimento: 1971

Local de nascimento: Porto

Local de residência: Matosinhos

Próximas viagens: Cazaquistão e Uzbequistão

Blog: Alma de Viajante

1. O que significam as viagens para si?

As viagens são literalmente uma forma de vida. Não me imagino a fazer outra coisa, nem a viver sem viajar.

2. Entre os destinos que já visitou, há algum que o tenha marcado de forma especial? Conte-nos.

O Irão, pelas pessoas. Acho que toda a gente deveria dar-se a oportunidade de verificar o quão errados podem ser os preconceitos que todos temos sobre o Irão. Para mim, é o país onde as ideias pré-concebidas e a realidade no terreno estão mais distantes. E só por isso vale a pena ir lá desconstruir esses preconceitos.

Em termos de beleza natural, tenho também duas grandes paixões: a Nova Zelândia, no hemisfério Sul, e a Islândia, no hemisfério Norte. Para quem gosta de atividades ao ar livre, são dois dos destinos mais incríveis que já tive oportunidade de conhecer. E depois há a Mongólia, a que um dia chamei “terra do nada”. Adoro!

Irão

3. O que mais o influencia na hora de escolher um destino de viagem?

A curiosidade.

4. Já viveu fora de Portugal mais que seis meses? Se sim, onde e o que retirou dessa experiência?

Já dei duas voltas ao mundo de longa duração, de 10 e 14 meses, mas nunca vivi no mesmo local mais de seis meses.

5. Explique o que é o seu blog de viagens e a razão da sua existência.

O Alma de Viajante relata as minhas viagens pelo mundo. Procuro misturar textos inspiracionais com dicas mais práticas, que respondam a dúvidas concretas dos viajantes.

Em termos mais abstratos, o Alma de Viajante é o espelho do que eu sou, do que eu sei fazer. Mistura o ato de viajar com a escrita, a fotografia, o design, o marketing e alguma programação. É a minha grande paixão profissional e, sinceramente, não me imagino a fazer outra coisa.

6. Como surgiu o nome do blog?

Foi um nome que me ocorreu naturalmente, talvez porque goste de pensar que tenho alma de viajante.

7. Destaque um dos posts de que mais gosta no seu blog e explique porquê.

É muito difícil escolher, mas dá-me mais prazer escrever textos inspiracionais. Um dos que mais gosto intitula-se Não tenhas medo de viajar sozinho, porque interpela o leitor a desafiar os seus medos e impele-o a concretizar os seus sonhos. Há muita gente que não viaja por falta de companhia. Por vezes, só precisam de um clique para se darem a oportunidade de experimentar. Para mim, é uma satisfação enorme quando as minhas palavras são esse clique. E aquele post tem por vezes esse efeito.

8. Alguma dica para quem pretende começar agora um blog de viagens?

Escrevi um longo artigo com passos detalhados para ajudar quem quer criar um blog de viagens. É preciso paixão, paciência e perseverança para não desistir quando os resultados não acompanham as horas de trabalho árduo investidas (ter sucesso com um blog demora). Para além disso, recomendo fundamentalmente que o blogger seja íntegro, autêntico e honesto com os leitores. Só assim será possível criar uma voz diferenciadora e, não menos importante, granjear credibilidade, algo fundamental para criar uma comunidade de seguidores.

9. Que papel desempenham os blogs junto de outras pessoas que gostam de viajar?

Cada vez mais pessoas usam os blogs para se inspirarem, por um lado, e obterem informações práticas para as suas viagens independentes, por outro. Cabe-nos a nós fornecer alimento a esses dois públicos esfomeados, para que possam concretizar os seus sonhos e viajarem mais e melhor. Está tudo resumido na velhinha assinatura do Alma de Viajante: “Viajar. Partilhar. Inspirar.

10. Qual é o seu maior sonho por cumprir?

Ir à Patagónia e de lá apanhar um barco para a Antártida.

Partilhar
Ruthia Portelinha
Ruthia Portelinha

Viajante, mãe babada, chocólatra, amante de livros e museus.
Autora do blog O Berço do Mundo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Procurar