Ir ao acaso: Patrícia Carvalho (entrevista)

Nome: Patrícia Carvalho

Blog: Girl From Nowhere

1. Porque é que decidiste criar um blog de viagens?

O meu blog de viagens foi criado em 2018, um pouco antes de ter começado uma viagem sozinha, sem planos nem prazos. O objetivo principal era partilhar as minhas aventuras e experiências através da escrita. Gosto muito de escrever e, como ia viajar sozinha, achei que podia ser um projeto interessante para essa nova fase da minha vida. Entretanto a viagem acabou, mas a vontade de continuar a escrever e de partilhar experiências não! E por isso ainda hoje continuo a escrever sobre as minhas viagens, ideias e pensamentos!

2. O que é que podemos encontrar no teu blog?

O meu blog tem essencialmente artigos com dicas, roteiros e sugestões para viagens, mas também muitas crónicas de viagem sobre momentos que vivi e que, de alguma forma, me fizeram questionar e me marcaram. É também lá que estão à venda alguns guias de viagem, no formato de e-book, e os dois livros de viagem que escrevi, o “Solo” e o “Santiago”.

3. Tens preferência especial por algum dos teus posts? Porquê?

Sim, gosto particularmente desta crónica: Uma viagem ao Irão nos meandros de uma revolução – quando o amor suplanta o medo. Visitei o Irão durante os protestos que decorreram da morte de Mahsa Amini e foi uma experiência muito transformadora. Por entre todas as notícias aterradoras que ouvi deste país, tive a oportunidade de descobrir um povo encantador e uma cultura fascinante. Escrevi esta crónica no rescaldo desta viagem e acho que consegui transmitir a emoção e as contrariedades que senti ao longo desta viagem.

4. Qual é a razão principal que te leva a viajar?

Acima de tudo acredito que viajo para me sentir livre e para aprender. Sou uma eterna curiosa e não há nada que nos faça aprender tanto sobre o mundo e as pessoas como viajar. Gosto de sentir que sou dona do meu tempo e da minha vida e de me entregar ao desconhecido. Acabo sempre por conhecer pessoas extraordinárias, com histórias que me fazem pensar, relativizar e, acima de tudo, crescer como pessoa.

5. Qual é a tua memória mais antiga de viagem?

Lembro-me de ter ido de férias com os meus pais para Ibiza. Fizemos escala em Madrid e, devido a uns atrasos nos voos, perdemos o voo de ligação. A companhia aérea arranjou-nos um lugar no próximo avião em classe executiva e eu estava toda contente, apesar de não perceber bem o que era viajar em classe executiva. Tinha uns 8 anos e as assistentes de bordo encheram-me de presentes!

6. Para ti, qual é o lado melhor de viajar para um país desconhecido? E o pior?

O melhor é, sem dúvida, a oportunidade de conhecer uma cultura diferente da minha, de me cruzar com pessoas com ideias, pensamentos e crenças diferentes das minhas. O desconhecido aguça-me a curiosidade e dá-me vontade de querer saber mais e aprender mais. O pior, se existir, poderá ter a ver com a necessidade de estarmos mais alertas e atentos àquilo que acontece à nossa volta. Sendo um país desconhecido, é normal que não saibamos as regras e os costumes dessa cultura e podemos mais facilmente “meter o pé na poça”.

7. Viajas com tudo programado, ou preferes ir à aventura?

Prefiro ir à aventura e entregar-me ao acaso. Afinal, é quase sempre assim que nascem as belas histórias de viagem. No entanto, em viagens mais curtas acabo por ter de programar alguma coisa, sob pena de não aproveitar tudo o que o país tem para me dar. Ainda assim, tento sempre deixar algum espaço para o acaso!

8. Qual é a tua cidade favorita?

Banguecoque, foi a primeira cidade que visitei fora da Europa e foi aqui que tive o meu primeiro contacto com uma cultura completamente distinta da minha.

9. Qual é o papel que achas que os blogs desempenham para outras pessoas que gostam de viajar?

Acho que os blogs de viagem têm um papel muito importante em duas vertentes – a primeira tem a ver com a inspiração e a capacidade de promover e incentivar as pessoas a viajar; a segunda tem a ver com as ferramentas que os blogs dão, seja em termos de dicas práticas, sugestões de roteiro, tudo aquilo que é preciso saber para fazer uma viagem. Dentro desta vertente acho que os blogs transmitem credibilidade e transparência uma vez que é escrito por pessoas que estiveram no terreno e viveram determinadas experiências.

10. Qual é o teu maior sonho de viagem ainda por cumprir?

O meu maior sonho era fazer uma viagem longa e sem data de regresso. Felizmente já tive a possibilidade de o cumprir. Tenho muitos destinos que quero conhecer, e experiências que quero viver, mas não há nenhum sonho específico que queira perseguir.

Partilhar
Ana C. Borges
Ana C. Borges

Gosta de passeios longos e conversas intermináveis, de ver o que ainda não conhece e rever os lugares do coração. Fotografa para memória futura. Escreve porque lhe sabem bem as palavras. Viaja por paixão – e porque o mundo é demasiado grande para ficarmos quietos. É autora do blogue Viajar porque sim.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Procurar